[:pt]Família: Postiça, Arco-iris, Barulhenta, Animada ou Esquisita, o que importa são os laços afetivos![:]

[:pt]A Maya começou “leve-leve” e quando se apercebeu já estava apaixonada pelo segundo Homem da sua vida, o Iódi.

Com ele teve mais dois filhos. Disse-me que a verdadeira família são os nossos filhos e as crianças que vivem connosco “homens vão e vêm”.

Se noutros lugares os ritmos importam, na capital mais pequena do mundo e uma das maiores biodiversidades do planeta, na ilha do Príncipe, ainda mais. Uma ilha com cerca de 7000 habitantes registados, dos quais 4 000 são crianças e 40% de floresta virgem, as coisas devem respeitar, sem dúvida, o seu fluxo “Leve-leve”.

O “Homem da Lua”, como é conhecido nas ruas da ilha é um empresário sul-Africano e o grande investidor deste território. Ficou conhecido por ter sido um dos primeiros turistas espaciais da história e por querer fazer de uma das ilhas mais pobres do mundo uma utopia de sustentabilidade. Objetivo cumprido ou não, as coisas têm seguido o seu rumo e a verdade é que tem investido na ilha como se fosse o seu bebé em crescimento. Tornando-se numa dos responsáveis pelo aumento do poder de compra dos habitantes (mesmo com todas as polémicas envolvidas).

A Bela conhece-o e juntou o seu sonho ao dele: ter uma guest-house e servir o melhor Bonito grelhado do mundo era o que a movia. Sempre acreditou que a Família era um dos valores mais importantes da vida, até mesmo mais importante do que o trabalho. Acima de tudo queria interromper o ciclo de pobreza em que vivia através de um negócio familiar “Graças ao homem da Lua a única estrada que leva a capital ao aeroporto está concluída e isto tem aumentado o nº de pessoas que passeiam pelo rio Papagaio, por isso hoje estou a construir a minha primeira guest-House e a minha família é que está a ajudar”.

A Maria do Céu é mais um elemento da grande família da Ilha. É uma investigadora Portuguesa que faz o reconhecimento da fauna e flora do arquipélago. O Príncipe é um ótimo Playground para quem trabalha nestas áreas e Maria do Céu foi gradualmente tornando os terapeutas e curandeiros tradicionais na sua família. Deles recebe os conhecimentos sobre as plantas (muitas endémicas) e agrega-os. Afinal se todos soubermos os benefícios de determinadas seivas e plantas podemos começar criar a nossa própria farmácia caseira.

A Vanessa é bióloga, com muitas milhas marítimas feitas. Viu a família biológica passar a numerosa, quando se apercebeu que as equipas de guardas dos mares e até de tartarugas que criam ninho na ilha, lhe davam um sentido de “estar no lugar certo”, de pertença. São estes que a apoiam quando precisa ir salvar um ninho no meio da noite, que a ajudam a proteger os ninhos contra as ameaças dos turistas, e até lhe dão um sentido de propósito fundamentais para sobreviver à distância de casa. O Facto desta ilha juntar cerca de 5 (de 7) espécies de tartarugas do mundo (e algumas delas estarem em vias de extinção) reforça o sentido de propósito, de proteção e dedicação à ilha.

A Estrela, trocou as maresias de Sines pela humidade do Príncipe e dedica-se à sua nova família, as mulheres da cooperativa. Estas mulheres fazem do vidro que recolhem da ilha e que vai chegando com as marés vazias, obras maravilhosas. Transformar vidro em joias que conseguem escoar (podem ver e comprar na Dome Etical Store,em Lisboa) tem vindo a unir a Família, a melhorar a socialização, valorização e sentimento de utilidade.

A ideia de visitar a Ilha do Príncipe surgiu essencialmente por ser uma ilha com uma enorme biosfera e com mais crianças que adultos. Desconfiei que seriam ótimos especialistas de sonhos e de conservação e proteção da natureza.

Mais uma vez fui surpreendida pelo projeto quando me apercebo que o (assunto) Família é um dos que mais importa neste retalho do Mundo. Estando a criar um Kit de saúde emocional para Famílias, aproveitei a dica para me debruçar no tema e enriquecer a ferramenta.

Às perguntas o que te deixa feliz? A maioria das crianças focou essencialmente: ” Estar com a minha Família e dar mergulhos no Mar”.

O termo “família” é derivado do latim famulus e significa “escravo doméstico”, mas a definição clássica de família remete para outras dimensões (e ainda bem): um agrupamento humano formado por indivíduos com ancestrais em comum e/ou ligados por laços afetivos que geralmente vive na mesma casa.

Ao nível de função, há várias visões. Enquanto uns defendem que a família é aquela que gera afeto entre os membros, que proporciona segurança e aceitação pessoal, sentimento de utilidade e ainda a base de aprendizagem das regras sociais.

Outros acrescentam que deve ser a responsável por garantir as necessidades básicas, como promotora do sistema de crenças e atitudes face à saúde. Felizmente hoje, a família pode ser muito mais do que um conjunto de obrigações ou ligações biológicas. Envolve também, proteção e afeto.

Há factos intemporais, que não dependem de teorias: a Família é a primeira instituição social com a qual a criança tem contacto na vida, e que serve como quadro de referência para futuras relações e interações com os outros e com o mundo. Esta foi uma das razões que me mais me motivou para este projeto, acreditar que a Família deve ser foco de atenção e apoio pela sociedade.

Quer sejam Famílias monoparentais, arco-íris, adotivas, biológicas ou postiças, devem ser apoiadas pelas vários organismos e nutridas de ferramentas que lhes permitam exercer saudavelmente a parentalidade, para assim formar as futuras gerações, com menos sofrimento ou agressividade, mais laços afetivos e melhores interações com o planeta, afinal “Sem o afeto de um adulto, a criança não desenvolve a sua capacidade de confiar e de se relacionar com o outro”.

Daí que se tenha tornado tão claro para mim a necessidade da criação de uma ferramenta que tivesse o contributo de “filhos” e servisse de apoio para as Famílias.

Retomando a ilha do Príncipe. Na dinâmica social e familiar da ilha, a mulher desempenha muitos papeis de negócios e normalmente gerem-nos independentemente dos seus companheiros ou irmãos.

Ser “Mãe” é bem mais importante do que ter uma família com companheiro/marido. Aqui, mais do que noutros lugares do mundo que conheço, há dois tipos de união entre casais: o “viver Juntos” e a “relação de visita”. E tudo isto condiciona o tipo de família que por cá se vive.

As crianças do Príncipe, a Maya, a Estrela, a Maria Do Céu, a Vanessa e a Bela têm algo em comum com o “Homem da Lua” fizeram da Ilha casa e criaram a sua família a partir desse ponto.

De facto se olharmos para o conceito de família nos dias de hoje, os números de vários países mostram-nos que o conceito tem vindo a fugir do modelo tradicional (Pai provedor e mãe doméstica) criado para servir o desenvolvimento do capitalismo.

Se na ilha do Príncipe mais de metade das crianças têm mães solteiras, na Colômbia 84% dos filhos são de Mães Solteiras, já em Portugal (em 2016) o número rondava os 2446 e 103 foram registados de mães incógnitas (barrigas de aluguer no estrangeiro, por exemplo) e 64 pessoas adotaram uma criança nesse ano.

E embora Portugal seja um país religioso tradicional, os números mostram-nos uma realidade, a reformulação do conceito e função familiar. E atenção que mudar de paradigma em relação ao conceito de família, não lhe retira significa importância no que concerne o “Valor de Família” apenas ajuda a a reflexão. Afinal mais importante do que forma ou tipo de família (monoparental, arco-íris, adotiva, com irmãos postiços, madrastas ou padrastos) o que importa é o exercício da parentalidade em pleno, com qualidade de laços afetivos.

Que sociedade civil e legislação acompanhem esta mudanças sem preconceitos.

Em termos legais o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem e a Convenção Europeia tentam acompanhar as modas e criam medidas para manter os laços afetivos dos menores e evitar o seu sofrimento. Resta que a sociedade civil integre e apoie os diferentes conceitos de família com tolerância.

Que a nossa máxima seja o respeito e promoção da primeira experiência de socialização da criança, com mais afeto, acompanhamento e valorização, proteção e formação de valores, consequentemente de carácter.

 

Algumas dicas que melhoram a socialização afetiva lá em casa:

 

 

 

 

 

  1. Perceber qual o tipo de demonstrações de afeto usadas lá em casa: todas as famílias têm a sua cultura e se para uns é óbvio que temos que dizer “gosto muito de ti”, para outros o amor vê-se à mesa e na forma como se preparam as refeições. Identifique a sua e ponha-a em prática.
  2. Identifique quem são as pessoas, com quem não tem laços biológicos, que fazem parte da sua família pelos laços afetivos, sonhos, convivências, datas especiais e rituais que partilham. Às vezes aquele amigo/amiga são os melhores tios ou irmãos “postiços” que podemos dar-nos a nós e aos nossos filhos.
  3. Rituais: Reflita sobre os dias de celebração importantes para si e para a sua família, crie a partir daí um ritual seu. Às vezes os dias de celebração especiais impostos pela sociedade não nos dizem muito e pouco contribuem para socializações afetuosas.
  4. Todas as famílias são diferentes, mas todas ficam tristes quando perdem alguém que amam. O importante é perceber esta diferença e fazer com que todos os membros se sintam valorizados, que são importantes e primeiro que fazem parte daquele que é o seu primeiro grupo social.

[:]

[:pt]Das Revoltas às Birras: Como Lidar com a Zanga?[:]

[:pt]A entrada da Primavera em Portugal trouxe uma mudança de continente no “Kids”. Deixei os ares do caribe e mergulhei nos cheiros Africanos, em São Tomé e Príncipe.

África: o terceiro continente mais extenso do mundo, ocupa cerca de 20% do planeta Terra e é composto por 54 países. Embora alguns países tenham um índice de desenvolvimento humano razoável, como é o caso das Seychelles, África do Sul ou São Tomé e Príncipe, dos 30 países mais pobres do mundo, 21 são Africanos. Com um mapa desenhado a régua e esquadro pelos colonizadores Europeus (consoante seus interesses e zonas de influência) que dividiu artificialmente grupos com os mesmos costumes, tribos e praticantes dos mesmos dialectos,  é um continente muito marcado pela resiliência na luta, acima de tudo, por dignidade. Com revoltas separatistas, golpes de estado, ditaduras, massacres ou guerras sangrentas, nunca se deixou ficar perante as injustiças. Mas o encanto selvagem e belezas brutas destes 20% de planeta distraí-nos da sua história mal aterramos.

Quando aterramos em São Tomé a sensação imediata é de expansão: de cores, de natureza, de volumes e cheiros. Talvez ter ficado alojada no “Pequeno Paraíso” tenha ajudado, mas decerto que a combinação entre a lusofonia que cá se fala, a natureza e a ecologia, a cultura e história marcam a diferença deste arquipélago cruzado pela linha do Equador. Mais que direito por linhas tortas, é aqui que a linha do Hemisfério Norte se cruza com o Hemisfério Sul.

Na ilha do “Leve Leve” deslocamos-nos de Vanettes amarelas, regateamos caso nos cobrem preço de turista. A  Rosema (cerveja Nacional) ajuda muito nos fins de tarde húmidos e alaranjados. O peixe e a banana estão na ordem dos dias, ou melhor, nos menus de refeição. As crianças, essas são ágeis a estender a mão para pedir “doce” e raramente estão sós. Em qualquer comunidade, quintal ou Roça, o que não faltam são crianças. Muitas, mas muitas crianças. Seja a lavar a roupa nos rios, a capinar nas roças ou a pôr o “pé na estrada” para ir para a escola. Crianças pequenas com agilidade de adulto, até para colocar a capulana e transportar outras ainda mais pequenas.

Confesso que se em algumas regiões da Colômbia ou no Japão foi difícil ter autorização das famílias para entrevistar crianças, aqui esse não é o caso. O desafio é mesmo manter a calma, sem ficar enfurecida, e conseguir que as

centenas de crianças curiosas se afastem e fiquem em silêncio durante as filmagens das entrevistas.

Em conversa com o Presidente do Conselho de Ministros da ilha apercebi-me que também ele tinha assuntos que o enfureciam. O desemprego na Ilha era o seu tema. Não que fosse essa a questão, mas afinal, dizia-me “é que cerca de 90% da população presta serviços informais, criando uma economia paralela no mercado, difícil de mensurar. As famílias rurais trocam os vegetais da sua roça, as pessoas que vemos sentadas nas ruas a viver o “tempo livre” são simplesmente os donos das moto-taxis que circulam na cidade. Alguns deles têm até 4 motas a trabalhar; nas comunidades  piscatórias, por exemplo, todo o peixe é pescado e vendido em mercado paralelo. Como é que a comunidade internacional ainda fala no desemprego de São Tomé?”.

O Kuame é um artista plástico São Tomense, também me confidenciou o que a sua revolta o levou a fazer à medida que me mostrava a sua escola de artes “com esta residência/escola vou mostrar à comunidade internacional que os São Tomenses têm capacidade para fazer crescer o país, não só em termos morais como, económicos e artísticos, mantendo nossa cultura!”.

Ia ficando desconfortável com algumas destas partilhas, mas ainda não entendia a importância que estas revoltas podiam ter.

A ida a São Tomé foi resultado da primeira parceria do projeto “Kids” com uma ONG Portuguesa, Missão Dimix.

A Sónia, fundadora da Dimix, acredita na mais-valia dum trabalho de competências emocionais para os jovens com quem trabalha e desafiou o “Kids” a desenvolver os seus workshops para promoverem auto conhecimento, melhorarem a relação com os outros e a interacção com o planeta, num grupo institucionalizado.

Diariamente apanhávamos as vans e deixávamos a casa do “Pequeno Paraíso” rumo à comunidade onde a instituição se encontrava. Dia após dia, as sessões corriam bem e a ideia de, no final, entrevistar as crianças da instituição para o documentário do “Kids”, era cereja no topo do bolo. Ambas  queríamos dar voz a estes especialistas e ter a sua contribuição na criação do kit de saúde emocional que o Projeto Kids se propõe.

Vivêmos algumas revoltas ao longo da semana, que não nos impediam de continuar. A Sónia numa das viagens de transportes públicos foi atacada verbalmente por um grupo de mamãs ao perguntar o preço por saír numa outra paragem. Já eu, enquanto tentava comprar carambolas no mercado (não há melhor do que as carambolas de São Tomé) fui a causa de uma richa nas vendedoras de mercado, que em uníssono gritavam, esbracejavam que me devia ir embora. E foi um moto-taxista que me aconselhou a ir embora. Sem as carambolas…

No final da semana, já com a autorização da directora da instituição, começamos com as filmagens. A Sónia conseguiu criar a primeira equipa de produção do projeto Kids (formada por crianças!!) e conseguimos respostas deliciosas, dicas incríveis. É sem dúvida um grupo de rapazes muito especial. O que não contemplamos foi a zanga da directora face ao facto das filmagens terem como plano de fundo um vão de porta “o que vão pensar as pessoas? Esta porta meio destruída?! Não autorizo esta publicação.” Decisão respeitada, entrevistas não vão ser usadas no documentário.

Semana terminada,  uma missão cumprida no terreno, e muitas zangas expressas pelo caminho.

Efetivamente, ambas estranhamos algumas destas reacções e confissões, afinal se há lugar no mundo onde as pessoas são felizes e pacíficas, é em São Tomé. Demorei a entender o que estava por detrás de tudo isto, uma história marcada por imposições de valores, costumes e ordens e um enorme desejo de “preservação da sua cultura”.  Parece que estas revoltas desempenham um papel num país tão pacifico como este: Manter os limites e proteger uma região que tem sofrido muito com a invasão de estrangeiros, ora como o colonialismo, era com boom turístico dos últimos anos. Os turistas que “entram” sem respeitar a cultura e acabam por interferir com a dinâmica do dia a dia e os nacionais que se defendem disso, reagindo com estrangeiros, como se todos fossem turistas.

De facto, segundo o índice de Felicidade Interna Bruta, uma dos indicadores que mais contribui para a felicidade de um povo é a conservação e protecção da sua cultura. Voilá, revoltas em prole do bem estar do povo!!

É impossível falar de zanga e bem estar sem referir a importância de aprender a regulação desta emoção especialmente num mundo como o que vivemos hoje, onde as relações entre os povos são marcadas pela doença do século (o terrorismo) e as interacções com o planeta com a explosão de revoltas e guerra. Não é difícil agir de forma zangada contra os outros e contra o mundo. Parece-me urgente ensinar às futuras gerações a zangarem-se.

Por isso uma das perguntas que faço nas entrevistas do “Kids”: “O que podemos fazer quando estamos zangados?”

Em São Tomé as respostas rondaram: “ Deve-se beber água e lavar a cara até ficar calmo.”

Na Serra Leoa: “Ficar quieto até passar.”

Na Colômbia: “Quando estamos zangados o melhor é deixar passar e não fazer nada que nos podemos arrepender.”

Em Portugal: “Brincar com os amigos.”

No Brasil: “Dar um mergulho no Mar.“

Japão:” Zangado? Não sei…nunca me senti zangado.”

A Zanga é uma emoção primária, logo muito importante, acima de tudo porque traz ação. É uma energia interna que permite pôr limites, que dá motivação para dar um “murro na mesa”, lutar contra injustiças ou repressões; permite que nos rebelemos contra regimes, situações ou contextos disfuncionais. Traz mudança. Agora sim, vislumbro a função de algumas das revoltas que vi no povo mais pacífico do mundo, os São Tomenses. De facto talvez sem estas zangas, fosse difícil manterem-se com níveis bons de desenvolvimento humano, com cultura e carácter próprio.

É essencial que aprender a direccionar a zanga para o lugar certo, sem sair explosivamente e contra coisas/pessoas/situações que não são a sua causa. Deve ser regulada e usada de forma saudável, e nunca para mostrar poder ou castigar os outros. Quantas vezes ouvimos dizer ou dizemos que “ Ela reage com 7 pedras na mão”, “Não lhe fiz nada para me falar assim..” “Ele foi muito agressivo e isso foi injusto..”, estas são algumas situações em que a zanga foi “disparada” e em vez de construir e desempenhar a sua função saudável, intoxicou a relação com os outros.

A primeira dica para aprender a lidar com a zanga é:  Autorregular-mo-nos.

Em seguida aprender a reconhecer o que nos deixa zangados e a libertar a emoção.

Por fim, aprender a usar a energia da zanga para criar, transformar o que precisa ser tranformado (este último ponto ficará para outro momento).

É comum ver famílias a castigar as crianças, porque estão a fazer uma birra, porque estão zangadas ou batem nos colegas. O que não é tão comum é ver famílias a ensinarem os seus filhos a zangarem-se. Talvez o primeiro passo na parentalidade é reflectir sobre a forma como lida com o seu filho quando ele o faz ficar zangado:

Algumas perguntas que podem ajudar nesta reflexão:

  1. Tenho uma estratégia coerente e consistente para disciplinar o meu filho?
  2. B. Normalmente, nestas situações, consigo transmitir o que quero aos meus filhos?
  3. C. Sinto-me bem com a forma como o faço?
  4. D. Eles sentem-se bem com a forma como lhes ponho limites?
  5. Quanto da minha estratégia de disciplina reflete o que os meus pais faziam comigo?
  6. F. O que gostava de mudar na educação que dou aos meus filhos? Muitas vezes a resposta a estas perguntas traz sentimentos de culpa “não estou a ser sufientemente bom”, “estou a falhar”, “posso estar a errar”…É um momento de respire fundo e relembrar que tem feito o seu melhor. Agora pode aprender algumas estratégias para fazer diferente.

Mais do que a corrigir as situações imediatas, o importante é promover ligações neuronais e celebrais que levem a criança a fazer escolhas cada vez mais conscientes e responsáveis, a desenvolver competências emocionais que lhe permitam auto-regular-se e assim a precisar menos e menos de medidas de disciplinares. Especialmente em momentos de gestão de stress.

Como sabemos, nas crianças os comportamentos são o termómetro do que estão a viver internamente, por exemplo, comportamentos como: Zangas, brigas, birras, atirar-se para o chão, mostram que a criança está com dificuldade em regular as suas emoções internas. Agarrar, pegar ao colo, Tocar, tranquilizar pode ajudar a que se acalme e organize internamente. Já as reacções de Ansiedade, medos, tristeza,  isolamento (são mais difíceis de observar), mostram que a criança precisa de ajuda para exprimir o que está a sentir. Verbalizar as emoções e dar hipóteses costumam ser uma grande ajuda.

 

 

Uma dica de Daniel Siegel  para lidar com a zanga do seu filho:

Não desvalorize o que zanga o seu filho (como nos sentimos quando alguém nos diz”deixa la isso, esquece isso, perante uma situação onde nos sentimos injustiçados?!) por isso, conecte-se com o seu filho/a” Eu sei que estás a passar um mau bocado. Que está a ser difícil controlares-te. Anda, eu ajudo-te”. Atenção, é frequente ver famílias a usar a estratégia de repetir apenas o que a criança está a fazer “Eu sei, eu sei…pareces zangado” e nestes casos o comportamento descontrolado da criança é o que está a ser promovido, de forma muito indulgente. É importante explicar o primeiro exemplo, pois este permite que a criança perceba que precisa de se controlar e esteja receptivo e disponível para fazer diferente.

Dicas para promover auto-regulação de uma criança zangada:

  1. Em caso de birras, faça um “time out” afaste-se deixando-a regular-se por si. Caso seja muito pequenina, respire fundo e mostre-se ainda mais calmo que o normal. As crianças aprendem por modelos.
  2. Priorizar a ligação com a criança: a criança é mais cooperante quanto mais se sentir acarinhada e amada.
  3. Validar o que a criança sente: Mesmo que seja inconveniente “sim, eu sei que estás desapontada”.

Actividades lúdicas que desenvolvem técnicas de autocontrole ou regulação de emoções difíceis:

O grito de Guerra “AAAAAUUUTXXXX”: Junte e encha balões de água de várias cores. Escolha um lugar onde possam ser lançados (pode ser na banheira lá de casa, num jardim…). Com o seu filho, lance-os contra a parede/banheira/chão, a única regra é que em cada balão lançado ambos devem dizer uma coisa que os deixa muito zangados ou irritados. No final de cada frase é lançado o balão acompanhado do grito. Esta actividade ajuda libertar e trabalhar sentimentos de zanga precisam ser libertados. Não substitui auto-regulação dos mesmos, mas ajuda a introduzir o tema das emoções difíceis.

Zanga no Pincel: Distribua material de pintura (é melhor serem tintas ou lápis de cera, pois, deslizam melhor na folha) e folhas A3. A instrução a dar “Agora vamos desenhar como se o lápis/pincel estivesse triste” “Agora como se estivesse Zangado”, “irritado”, “sózinho”..

No final, aproveite para falar do quadro artístico, focando mais a zona da zanga. Esta actividade ajuda a introduzir a emoção e trabalhá-la no papel. Não exclui a auto-regulação, mas mais uma vez ajuda a introduzir o tema das emoções difíceis.

O croquete na Relva/croquete de Praia: Num jardim ou Praia, proponha ao seu filho este jogo. Cada um deve partilhar uma coisa que o deixa zangado e em seguida rebolam na relva ou areal da praia. As crianças normalmente gostam tanto deste jogo que rapidamente deixam de estar zangados ou de querer falar disso, mas pode aproveitar a brincadeira para introduzir o tema e mais tarde falar sobre as coisas que referiram no jogo.[:]

[:en]Kids@Minca: How to Promote sense of Freedom in the olders and Spontaneity on the youngers[:pt]Kids@Minca: Como promover a liberdade dos mais velhos e expontaneidade dos mais novos lá em casa? [:]

[:en]Coguis are an Amerindian tribe living in northern Sierra Nevada in Colombia. There are about 10,000 people in this region. They speak their own language, customs and ideas. Their practices are based on the belief that the Earth is a living being and that Humanity has two brothers: the big brothers (themselves) and the smaller brothers (us, the common people). We are described as “stunted children” who must learn to live Humanity.

Evan with no scientific basis, this was the reason I was dreaming to arrive in Sierra Nevada and interview Cogui children. I wanted to ask them for their tips on how to improve our interaction with the Earth. I just didn´t plan that Minca and Macondo could change my plans.

In the last before I spoke about the importance of connection with nature to the Family emotional health. Today I focus on freedom.

In fact, freedom began to gain ground before reaching Minca. When I “stumbled” with Macondo.

Macondo is a village with about 300 people in the city of Aracataca, where Gabriel Garcia Marquez lived his childhood and used as the setting for the novel “One Hundred Years of Solitude”.

The novel begins with the isolation and destruction of this village, and the Buendia family and its generations are the ones to take responsibility in the prosperous development of the region and its personal liberation. Coincidentally (or not) at this point I already suspected that freedom and solitude could go hand in hand, but it was in Minca that I realized the depth of the issue.

Minca is a place of free souls. I felt it immediately when I arrived. Maybe Pablo’s violoncello helped, but the location at 600 meters high, the rustic houses in tighty streets and the about 300 species of birds that fly over Santa Marta certainly contributed.

 

Pablo is Uruguayan of 28 years old. About 6 years ago he left the country of origin arguing “I just want to play the cello and make more music.” And it was in the streets of Minca, sitted on the folding wooden bench (which he made 10 stops before) that he played. I saw him playing with his curly hair and eyes on the horizon. He shared that playing an Italian instrument on an American continent was rare, and this was the reason he wanted to know more, better techniques and inspire people through music. Only when his family (tired of seeing him without encouragement), encouraged him, that he had risked. He began slowly, shaping his desire, transforming doubts into strengths and insecurities into music. During this process he was afraid of not being accepted by the community, with doubts if he would be good enough, with the feeling of being alone, without people of reference around them. Assuming his difference brought him a big sense of freedom, and only with the support of his family, the first social institution he met, was possible.

Pablo showed me that freedom, begins with the family and can walk along with loneliness when it is not well “cooked”.

Being free depends not only on the obvious, externally (prison …), but above all, internally processes (Fears, social pressures … etc) hence spontaneity is one of the main mediators between what is inside and what comes outside.

He hinted that being afraid to fail is part of the process, but it is not the end of it.

And it was in this reflexion that he took me to know Sónia and her project.

 

Sónia is the creator of a hippy community. She decided to create it years before because she believed that freedom comes from knowing how to live with others (only in this way we manage to practice spontaneity) and to manage our own time: “before having this community I had a motorcycle business that I had to have a lot of time discipline “I was always “stuck” on the business. And because it served the public, it could rarely be spontaneous and creative. I earned more and more money, but I didn´t have time to be with whom I loved, I had no time for leisure, and I hardly knew who I was. I felt trapped. So I created a community where I could be myself, more genuine, spontaneous and above all, manage my own time.”

Sónia has 15 different nationalities, more than 15 people: among musicians, artists and nature lovers, each one takes on a role in the group, manages their time and the contribution they want to make. Today that community is known for promoting the best jam sessions, coffee cultures and art exhibitions in the region.

Minca and Macondo, Pablo and Sónia made a significant contribution to today´s topic: freedom.  But it was children’s answer, in the various corners of the world, who showed me the depth:

The question asked was: “What do you hate the most that adults do?”

The answers:

In Colombia: “When they tell me that I have to do things I do not like and I do not understand why.” Emília, 7 years old.

In Brazil: “When I talk and nobody hears me!” Bruno, 6 years old.

In Portugal: “When I’m forced to eat things I do not like … I hate!” Rafael, 7 years

In São Tomé and Príncipe: “When they rape people.” Daisy, 9 years old.

In Sierra Leone: “When they force me to do things and they do not hear that I’m doing my own thing” Bill, 8 years old.

The contribution of young people has shown me that freedom plays a different role depending on phases of human development and “the feeling of losing control of one’s own life” is a focus of malaise that transcends all ages.

In fact, if we look at philosophy, Espinoza argues that to be free is to act according to the very essence, with its nature. Other prespectives focus on the autonomy and spontaneity of the subject. Nelson Mandela adds the dimension of “others.”

According to the happiness report in 2012, one of the most important components in the sense of well-being and personal fulfillment of the Human Being is the feeling of Freedom. The human freedom index of this report shows that the sense of freedom is divided into three areas: “freedom of expression, choice, management of relations”, but time is a transversal role to all of them.

 

At the children´s level, freedom is enhanced by spontaneity, self-esteem, and coping with failure. And since family is the first social institution that children know, it fundamental that these competences are stimulated here.

At the adult level and management of family dynamics, no doubt that time is a matter of disharmony.

Disharmony because if some are faster than others, others can not wait; some because they have more time than others for “their things” and there are still those who do not feel they have time for anything, and that is injurious.

In summary, when it comes to the Freedom in the family dinamic, I approach two dimensions: time management in adults and the development of spontaneity in children.

Studies indicate that mothers feel more responsibility in child upbringing, and they are the ones who feel they have no time for themselves and their things. The studies also show that the Parental Happiness Hole (satisfaction with parenting) changes with the life stage of the family and child dynamics. A family with little external support will be more affected by the illness of a small one, than another with the support, for example.

To reduce this gap, several countries are creating responses. In Denmark, for example, one of the answers was the “grandparent loan” program where older people enroll to adopt a family and support their logistical issues. After all, if a couple can do a good job, imagine 4 couples. In Japan they adopted shirin-yoku, “a forest bath”. The Japanese proposal is that from time to time, families get lost in nature and use their senses, according to them, the experience will strengthen ties and sense of belonging, ability to risk and throw. In Bogota, Colombia, the measure adopted was the “closure of the streets on Sundays” so that everyone can enjoy free time with the family using the cycle route.

According to Meik Viking, the Portuguese have much satisfaction with parenting. In Portugal there is a balance between working time, leisure time and the costs of child support services.

This is why I leave some tips for adults to free time, which will bring more sense of freedom in the daily routine and then some tips to train future adults more spontaneous, less fear of loneliness, more able to express their opinions and feel more and better on your skin, freer.

For Parents:

  1. Have a physical practice that includes socialization. Will make 2 in one. You can be with a friend and include exercise in your life.
  2. Make the most of the downtime. Two minutes here, five minutes there, can be used to do small things. I always use to do some research. But Meik Wiking uses it with an application to learn Spanish.
  3. If you travel by public transport, take the opportunity to read a book
  4. Cook more than you need. Have more food made, allow you to maintain a healthy diet and have free day endings.
  5. Focus on and avoid what Meik Wiking calls “blood sucks of time” such as social networking or mobile games. By avoiding them, you will spend more time communicating with your family, improving your interactions with everyone, and consequently your sense of belonging.

 

To include in the education of kids and promote their sense of freedom:

  1. Include the practice of acts of kindness: A ritual of visiting an institution and progressively adding actions such as helping those who need it, giving a compliment to someone, talking to a shy or isolated person.
  2. Promote empathy: “what will the person X or Y feel now?” Can be made in the game.
  3. Greet the people we meet with every day.
  4. Smile for strangers
  5. Promote trust in the child. Yes, I know it is not always easy, we tend to think that we know what is best for the little ones, so listen patiently, show curiosity and convey encouragement so that he / she can do things for you and develop your sense of “To be unique” without social pressures.

6. Show unconditional support for the child’s choices. One of the biggest issues of freedom, which can lead to the feeling of loneliness and the lack of support and understanding of parents.[:pt]Os Coguis são uma tribo ameríndia residente no norte de Serra Nevada na Colômbia. São cerca de 10 mil pessoas. Falam a sua língua, têm costumes e ideias próprias. As suas práticas baseiam-se na crença de que a Terra é um ser vivo e de que a Humanidade tem dois irmãos: os irmãos maiores (eles próprios) e os irmãos menores (nós, os comuns mortais). Os segundos, são descritos como “crianças asneirentas” que precisam aprender a viver Humanidade.

Com o sem base cientifica, esta era a razão que me levava sonhar em chegar a Serra Nevada para entrevistar crianças coguis e pedir as suas dicas para melhorarmos a interação com a Terra. Apenas não planeei que Minca e Macondo, mudassem não só os meus planos, como o tema da crónica de hoje.

Na última crónica falei da importância da ligação com a natureza para a saúde emocional da família. Hoje foco-me na liberdade.

Na verdade, a liberdade começou a ganhar corpo antes de chegar a Minca. Quando “tropeçei” com Macondo.
Macondo é uma vila com cerca de 300 pessoas na cidade da Aracataca, onde Gabriel Garcia Marquez viveu a sua infância e usou como cenário para o romance “Cem anos de Solidão”.
Este romance é marcado pelo isolamento e destruição da vila e, são as gerações da família Buendia que se vêm obrigadas a assumir um papel ativo no desenvolvimento próspero da região e da sua libertação pessoal. Coincidentemente (ou não) a esta altura já desconfiava que liberdade e solidão podiam caminhar juntas, mas foi em Minca que me apercebi da profundidade da coisa.

Minca é um lugar de almas livres. Senti-o imediatamente quando cheguei. Talvez o violoncelo de Pablo tenha ajudado, mas a localizaçõa a 600 metros de altitude, as casas rústicas em ruínhas apertadas e as cerca de 300 espécies de pássaros que sobrevoam a vista para Santa Marta, decerto contribuíram.

Pablo mostrou-me que a liberdade, começa com o “dedo” da família e pode caminhar junto com a solidão quando não é bem “cozinhada”. Ser livre depende não só do óbvio, externamente (prisão…), mas acima de tudo, de processo internos (Medos, pressões sociais..etc) daí que a expontaneidade seja uma das principais mediadoras entre o que está dentro e o que sai para fora.

Deu a entender que ter medo de falhar faz parte do processo, mas não é o fim do mesmo.
E foi nesta refelxão que ele que me levou a conhecer Sónia e o seu projeto.

Sónia é a criadora de uma comunidade. Decidiu cria-la anos antes, por acreditar que para ser livre é essencial viver saber viver com os outros, só assim se treina a expontaneirdade  poder gerir o próprio tempo: “antes de ter esta comunidade tinha um negócio de motas que me obrigada a ter muita disciplina de tempo. Tinha sempre a sensação que estava “presa” ao negócio. E como prestava um serviço ao público, raramente podia ser expontanea e criativa. Ganhava cada vez mais dinheiro, mas não tinha tempo para estar com quem mais gostava, não tinha tempo para lazer e já quase não sabia quem era. Sentia-me presa. Por isso criei uma comunidade onde pudesse ser mais eu, ser mais genuina, expontanea e acima de tudo, conseguir gerir o meu tempo. Já que para mim, isso me ajuda a sentir livre”.
Sónia tem com ela 15 nacionalidades diferentes, mais de 15 pessoas: entre músicos, artistas e amantes de natureza, cada um assume um papel no grupo, gere o seu tempo e o contributo que quer dar.

Hoje aquela comunidade é conhecida por promover as melhores Jam sessions, culturas de café e ainda exposições de arte, da região.

Minca e Macondo, Pablo e Sónia deram um contributo importante sobre a liberdade, mas foram as respostas das crianças, nos vários cantos do mundo, que me mostraram a sua profundidade:
A Pergunta feita foi: “O que mais odeias que os adultos façam?”
As respostas:
Na Colômbia: “Quando me dizem que tenho que ir fazer coisas que não gosto e não entendo porquê.” Emília, 7 anos.
No Brasil: “Quando eu falo e ninguém me ouve!!” Bruno, 6 anos.
Em Portugal: “Quando me obrigam a comer coisas que não gosto …que odeio!” Rafael, 7 anos
Em São Tomé e Príncipe: “Quando violam pessoas.” Daisy, 9 anos.
Na Serra Leoa: “Quando me obrigam a fazer coisas e não ouvem que estou a fazer as minhas coisas” Bill, 8 anos.


O contributo dos mais novos, veio mostrar que a liberdade tem papel diferente nas várias fases de desenvolvimento humano, e que “ a sensação de perder o controlo da própria Vida” é um foco de mal estar transversal a várias idades.

De facto, se olharmos para a filosofia, Espinoza defende que ser livre é agir de acordo com a própria essência, com a sua natureza. Outras prespetivas focam na autonomia e a espontaneidade do sujeito. Nelson Mandela acrescenta a dimensão dos “outros”.

Segundo o relatório de felicidade de 2012, uma das componentes mais importantes no sentido de bem-estar e realização pessoal do Ser Humano é a sensação de liberdade. O índice de liberdade humana deste relatório, mostra que a sensação de liberdade dos vários povos, está divida em três áreas: “liberdade de expressão, de escolha, de gestão de relações”, mas o tempo tem um papel transversal a todos eles.

Ao nível das crianças a liberdade é reforçada pela espontaneidade, pela autoestima e capacidade de lidar com o fracasso. E neste caso, sendo que a família é a primeira instituição social que a crianças conhece, é importante que estas competências sejam estimuladas aqui. Ao nível do adulto e gestão de dinâmicas familiares, sem dúvida que o tempo é uma questão de desarmonia.

Desarmonia porque, se uns são mais rápidos que outros, outros não podem esperar; uns porque têm mais tempo que outros para “as suas coisas” e ainda há aqueles que não sentem ter tempo para nada,  e isso é injutso.

Resumindo, ao nível de Liberdade na família, abordo duas dimensões:  gestão de tempo nos adultos e o desenvolvimento de espontaneidade nas crianças.
Os estudos indicam que as mães sentem mais responsabilidade na educação dos filhos e, são elas que sentem deixar de ter tempo para si e para as suas coisas. Os estudos tambem mostram que o Fosso de Felicidade Parental (satisfação com a parentalidade) se altera com a  fase de vida da dinâmica familiar e da criança. Uma família com pouco apoio externo ficará mais afetada com a doença de um pequeno, do que outra com apoio de avós, por exemplo.

Para reduzir este fosso, vários países criam respostas. Na Dinamarca, por exemplo, uma das respostas foi o programa de “empréstimo de avós” onde os mais velhos se inscrevem para adotar uma família e apoiar nas questões logísticas da mesma. Afinal se um casal consegue fazer um bom trabalho, imaginem 4 casais. No Japão adotaram o shirin-yoku, “um banho de floresta”. A proposta Japonesa é que de tempos a tempos, as famílias se percam na natureza e usem os seus sentidos, segundo eles, a experiência vai reforçar laços e sentimento de pertença, capacidade de arriscar e arrojar. Em Bogotá, na Colômbia, a medida adotada foi o “fecho das ruas aos domingos” para que todos possam aproveitar o tempo livre em família usando a ciclo via.
Segundo Meik Viking, os Portugueses têm muita satisfação com parentalidade. Em Portugal há um equilíbrio entre o tempo de trabalho, de lazer e os custos de serviços de apoio às crianças.
Por isto deixo algumas dicas para os adultos libertarem tempo, facto que lhes trará mais sentido de liberdade na rotina diária e em seguida algumas dicas para formar futuros adultos mais espontâneos, com menos medo da solidão, com mais capacidade para exporem as suas opiniões e sentirem-se mais e melhor na sua pele, mais livres.

Para Pais:
1. Ter uma prática física que inclui socialização. Fará 2 em um. Pode estar com um amigo/amiga e incluir na sua vida exercício físico.
2. Aproveitar mais os tempos mortos. Dois minutos aqui, 5 ali, podem ser usados para fazer pequenas coisas. Aproveito sempre para fazer algumas pesquisas. Mas o Meik Wiking usa-o com uma aplicação para aprender Espanhol.
3. Se se deslocar de transportes públicos, aproveite para ler um livro
4. Cozinhe mais do que precisa. Ter mais comida feita, permite que mantenha uma alimentação saudável e que tenha finais de dias livres.
5. Focar-se e evitar o que Meik Wiking chama de “sangue sugas de tempo”, como as redes sociais ou os jogos de telemóvel. Evitando-os, dedicará mais tempo a comunicar em família, melhorar as interações com todos e consequentemente o sentido de pertença.

Para incluir na educação dos miúdos e promover o seu sentido de liberdade:
1. Incluir a prática de atos de bondade: Um ritual de visita a uma instituição e progressivamente adicionar ações como ajudar quem precisa, dar um elogio a alguém, conversar com uma pessoa tímida ou isolada.
2. Promover a empatia: “o que será que a pessoa X ou Y está a sentir agora?” pode ser feito em tom de jogo.
3. Cumprimentar as pessoas com quem nos cruzamos todos os dias.
4. Sorrir para estranhos
5. Promover a confiança na criança. Sim, sei que nem sempre é fácil, tendemos a pensar que sabemos o que é melhor para os mais pequenos, por isso ouça com paciência, mostre curiosidade e transmita encorajamento para que ele/ela consiga fazer coisas por si e desenvolva o seu sentido de “ser único” sem pressões sociais.
6. Mostrar apoio incondicional perante as escolhas da criança. Uma das maiores questões da liberdade, que a pode levar à sensação de solidão e de que não se tem o apoio e compreensão dos progenitores.[:]

[:en]HOT NEWS: Project “Kids” donors will be the first to see the final documentary!! [:pt]Faça a Sua Doação para o Projeto Kids[:]

[:en]Fundraising for “Kids” Project is ongoing!!!

We have alread raised 6% of what we need, but we still need a lot of support, especially for Documentary ediction, production and pos-production. Donors will be the first to see the documentary !! Do you wanna stay outside?!

To donate just follow the link:

https://www.generosity.com/education-fundraising/emotional-toolkit-for-parents-done-by-children/x/16050156

To see what you may loose if you dont Support, please see trailer here:

https://www.youtube.com/watch?v=DE8BgxwZlpo[:pt]Recolha de Fundos para o “Kids” está a decorrer! Já conseguimos angariar 6% do que precisamos, mas ainda precisamos de muito apoio, especialmente para a produção do Documentário. Os doadores vão ser os primeiros a ver o documentário!! Não fique de fora.

Para doar basta seguir o link:

https://www.gofundme.com/new-tool-for-famillies&rcid=r01-153054140676-e71e90afb8374691&pc=ot_co_campmgmt_w 

Veja o Trailer e Inspire-se:

[:]

[:en]How to conect more with Nature?[:pt]Como conectar-se mais com a Natureza? Jaguares da Amazónia, Linces Ibéricos e Aquecimento Global[:]

[:en]No one wants to watch the world getting sick, but nobody seems to know very well what´s the solution.

Long time ago Maslow introduced the Pyramid needs, going from the basic ones like food, to the more complex ones (like the sense of belonging). I believe (like other authors) that what distinguishes us as a species are emotions and for many reasons we are losing the habit of practice them. This was the main reason that inspired me to create an Emotion Tool Kit for Families. But, if I propose to create an Emotion Tool Kit for Families, I have to go back to basics, leave the most complex level of things and go to the base of the bases. If necessary, go back to our ancestors and build from there. It was this existential crisis that attacked me in the middle of the Colombian Amazon and put me in contact with nature. It was there that I looked at nature as “a place” where the basics (like food) and the complex (like the feeling of belonging) merge. So today, I focus on the benefits of connecting with nature as a solution, not only for global warming, but also for emotional well-being.

The typical western formality was lost when I felt a swaying hammock at 4:15 a.m. Rogelio’s granddaughters wanted me to wake up before sunrise so we could hear the nighty birds and look for the Jaguar’s eyes.

It´s hard to describe how it feels when you face a rainforest like the Amazon.

With limited access, it is the tiny rivers that crosses the jungle and lead us to deeper places. On the banks, many indigenous communities try to pick up the rhythm of “plata” (money) and thus mingle their values. Among the densest forest there are other tribes, who hide in indigenous territory and fight daily to keep their customs away from the occidental and white people´s law. The Colombian World Organization registers a total of 87 indigenous groups in which 18 are in danger of extinction.

Here we wake up before the sun rises, bathe when it still warms us, discover north and south in it´s shade; we make campfires for the ajuri (collective meal) and drink the pajuaru (fermented cassava drink). We hike for hours to find fresh water and drink with our shell hand. We sleep lined up in the amak when the sun goes down and we count stars. We also pray for frogs not to procreate that nights, otherwise they unite and practice a deafening chorus.

Rogelio’s family is an indigenous family living in one of the Amazon River flows and welcomed me. They live in houses near each other, built on stakes and facing the river. Rogélio belongs to the Cocama tribe.

The story says that Cocamas suffered a rejection of an intergenerational ethnic identity and led to a disintegration, from which grew the marriages between people of different groups, mainly the Ticuna. The Cocama communities are formed by relatives with strong ties and the proximity of the houses demonstrates their genealogical relationship. Women often prepare food and help their husbands in the agriculture and family gardens. Fishing and hunting are practiced by all.

Rogelio is only 85 years old (this is how he introduces himself, adding that he is ready to marry again) at the age of 11 discovered that he was a shaman “It is not enough to know the cycles of nature, to be a Shaman, i had to accept my gift and learn how to use it.”

The shaman is someone who manifests unusual powers, such as the gift of invoking spirits or the power of plants, an altered state of consciousness. Communication with these aspects of life is achieved through drum beats, dances, dreams and many herbs.

He admitted that at that time life in the Amazon became frightening, since he was receiving many revelations from nature, so he decided to go out and get some air. 11 years later he returned home, already with a medical course and many miles of nature on the way. He felt the weight of the legacy, but nothing was so heavy, as the shame of facing a mother who never left the house while waiting for him. Today he lives in a another side of the river, and is in that place that he practices its shamanism and heals people and more people. He told me that only with what nature gives us, he has healed thousands of people, some with simple diseases, such as floe, others with complicated diseases, such as cancers.

Jessica, 9, and Maria, 6 (granddaughters of Rogelio) were my guides. It has not yet been discovered if any inherit the same gift as the grandfather. Although the knowledge is shared by the elements of the family, the gift is only revealed in a ceremony when they are 11 years old.

From the time I arrived they tried to teach me every little sound and movement of that river flows. They were the ones who showed me 36 possible jokes with only one grasshopper. They presented me with the eatable mushrooms and the poisonous ones. With them, I learned the power of the “Dragon’s Blood” and the divine spirit of the Ayoasca plant. With them I learned to fish tadpoles. It was also Jessica who helped me to dive on the shores of the Amazon and recognize the noise of a canoe paddle to hide. After all a women deserves privacy when bathing in the river. The awareness and connection we must have, when crossing a stream populated by crocodiles and anacondas is not on the screen, it is a fact. Cooperation among all a real need.

These girls have shown me that it is important to look at nature, not as a whole, but as a starting point. If Mary loved the little animals of the lamas, Jess vibrated with the plants and species of grasshoppers. Rogelio depended on the seasons, and his children from the tides of the rivers. The way they deal with time and interact with nature is undoubtedly inspiring.

These children play outdoors and live from and with Nature. This interaction shows that there are cycles of life, seasons of the year, that things have their time: birth, growth or development, and death.

The engagement of this family with nature gives them a greater awareness of protection, preservation and conservation. After all Nature, for them is like a human being.

When I realized that one of the millenium’s concerns remains the environment and global warming. That most of the children’s responses from Sierra Leone, Japan, Portugal, Colombia and Brazil to the question “what advice would you give to adults to be happier? It was: PROTECT NATURE!! “I decided to include it in the kit and to understand how the Portuguese live this topic.

In the United States a study shows that American children have less contact with nature than prisoners. Another study shows that Portuguese children have an average of 63 minutes of contact with the open pure air. The mains reason for this goes back to insecurity, to dangers of neighborhood life… Already the impact of this gap between new generations and Mother Nature is overwhelming: At the level of the immune system (deficiencies of Vitamins like Vit D) as the NO engagement and protection that children end up having, with an entity with which they do not interact and they do not know , Nature.

Because future generations deserve to grow up with meaningful interactions with the planet, deserve to grow up healthy, physically, socially and emotionally, here are some tips on how we can promote our children´s connection with nature and contribute to solve this millennium concern: environmental protection.

  1. Do not look at nature as a single entity. There are people who love birds, others who prefer insects. Discover the interests of everyone at home. Take a walk with your children and see what hypnotizes them, whether the flowers, the insects or the types of wood textures. Enjoy the fact that a piece of wood can hypnotizes more than a game of Ps4.
  2. In family observe the sky at various times of the day: Morning, afternoon and evening. Identify the big differences, make a drawing where everyone collaborates.
  3. Ideal program for an end of day or Sunday: Walk in a park with vegetation. Take sales and one to one make the directions ride. Blindfold, the goal is to use all senses to discover the park through smells, sounds or sensations on the skin.
  4. Take a walk in a forest with active hearing. The mission? Discover the noise of the water or a fountain and drink with a “shelly” hand.
  5. Create a season ritual: Celebrate the beginning of each season with a walk in the field. Throughout this tour the family is encouraged to live through their senses (with their eyes closed, feel the smells, sounds and temperatures of each season. A visit to the park closer to home is ideal. Ideally a park with tree, flowers and other elements of nature other than a swings park).
  6. Take a walk to pick up leaves. Make a showcase of dry leaves.
  7. Make a fire.
  8. Do a clean up plastic in beach near by

[:pt]Ninguém quer assistir passivamente ao mundo a adoecer, mas parece que ninguém sabe muito bem qual é a solução.

Maslow falava em pirâmide de necessidades básicas (como a alimentação) e complexas (como o sentimento de pertença). Já eu acredito no que nos distingue como espécie, nas emoções. E por isto propus-me a criar um Kit de Emoções para Famílias. Por outro lado, se me proponho a criar um Kit de Emoções para Famílias, tenho que recuar ao básico, deixar o nível mais complexo das coisas e ir à base das bases. Se for necessário, recuar até aos nossos ancestrais e construir a partir daí. Foi esta crise existencial que me atacou em plena Amazónia Colombiana e me pôs em contacto com a natureza. Foi ali que olhei a natureza como “um lugar” onde o básico (como a alimentação) e o complexo (como o sentimento de pertença) se fundem. Por isso hoje, foco-me nos benefícios da ligação com a natureza como uma solução, não só para o aquecimento global, mas também para o bem-estar emocional.

A cerimónia típica de ocidental perdeu-se quando senti um balançar de rede, às 4h15m da manhã. As netas de Rogélio queriam que acordassemos antes de o nascer do sol para ouvir os pássaros da noite e procurar os olhos do Jaguar.

É difícil descrever o que se sente quando damos de caras com uma floresta tropical como a Amazónia.
Com acessos limitados, são os caudais dos rios que entre cruzam a selva que nos levam a lugares mais profundos. Nas margens, veem-se muitas comunidades indígenas a tentarem acompanhar o ritmo da “plata” (dinheiro) e que por isso mestiçam os seus valores. Entre as ramadas mais densas descobrem-se outras tribus, que se escondem em território indígena e lutam diariamente para manter os seus costumes longe das leis do Branco. A Organização Mundial da Colômbia fala em 87 grupos indígenas no total, dos quais 18 estão em perigo de extinção.
Aqui acordamos antes do sol nascer, banhamos quando ele ainda nos consegue aquecer, e descobrimos norte e sul na sombra; fazemos fogueiras para o ajuri (refeição coletiva) e beber o pajuaru (bebida fermentada de mandioca). Por cá caminhamos horas para procurar água doce e beber com a mão em conchinha. Dormimos alinhados em redes amakas quando o sol se põe e observamos o céu. Também rezamos para que as rãs não estejam em fase de procriação para termos uma noite silênciosa (é a altura do ano em que se unem e praticam um coro ensurdecedor).

A família de Rogélio, é uma família indígena residente num dos caudais do Rio Amazonas e recebeu-me de braços abertos. Vivem em casas próximas entre si, construídas sobre estacas e de frente para o rio. Rogélio pertence à tribo Cocama.
Reza a história que os cocamas sofreram uma rejeição da identidade étnica intergeracional que levou a uma desagregação, daí cresceram os casamentos com pessoas de outros povos, principalmente os ticuna. As comunidades cocama são formadas por parentes com fortes vínculos e a proximidade das casas demonstra a sua relação genealógica.
As mulheres costumam preparar o alimento e ajudar os maridos no cultivo da roça familiar. A pesca e a caça são atividades praticadas por todos.

Rogélio tem apenas 85 anos (é assim que se apresenta, acrescentando que está pronto para casar outra vez, já que o “o amor da sua vida” morreu o ano passado) aos 11 anos descobriu que era xamã. Para ser xamã não basta ter conhecimento dos ciclos da natureza, “tive que aceitar o meu dom e aprender a usá-lo da melhor forma”.

O xamã é alguém que manifesta poderes incomuns, como o dom de invocar espíritos ou o poder das plantas, um estado alterado de consciência. A comunicação com estes aspetos da vida é alcançada através de batidas de tambor, danças, sonhos e muitas ervas.
Confessou-me que naquela altura a vida na Amazónia tornou-se assustadora com as revelações que recebia da natureza por isso decidiu sair para “apanhar ar”.

11 anos depois regressou a casa, já com um curso de medicina e muitos quilómetros de natureza palmilhados. Sentia o peso do legado, mas nada lhe foi tão pesado, como a vergonha de encarar uma mãe que nunca deixou a porta de casa à sua espera; este peso fez com que se sediasse longe dali, num dos caudais deste Rio. Ainda hoje é naquele lugar que pratica seu xamanismo e cura pessoas e mais pessoas. Contou-me que só com o que a natureza já curou milhares de pessoas, umas com doenças simples, como a constipação, outras com doenças complicadas, como cancros.
A Jessica de 9 anos e a Maria de 6 (netas de Rogélio) foram as minhas guias. Ainda não se descobriu se alguma herda o dom do avô. Embora o conhecimento seja partilhado pelos elementos da família, o dom só se revela numa cerimónia quando fizerem 11 anos.

Desde que cheguei que me tentaram ensinar cada som e movimento dos pequenos caudais do rio. Foram elas que me mostraram 36 brincadeiras possíveis com apenas um gafanhoto. Que me apresentaram os cogumelos comestíveis e os venenosos. Com elas, aprendi o poder da seiva do “Sangue de Dragão” e o espírito divino da planta do Ayoasca. Com elas aprendi a pescar girinos. Foi também a Jessica que me ajudou a mergulhar nas margens do Amazonas e a reconhecer o barulho de uma remada de canoa, para me esconder. Afinal uma mulher quando toma banho no rio merece privacidade.

O estado de alerta e conexão que devemos ter, quando atravessamos um caudal povoado por crocodilos e anacondas não está no ecrã, é um facto. A cooperação entre todos, uma necessidade. Estas meninas mostraram-se que é importante olhar para a natureza, não como um todo, mas como um ponto de partida. Se a Maria adorava os bichinhos das lamas, a Jess vibrava com as plantas e espécies de gafanhotos. O Rogélio dependia dos ciclos das estações, e os seus filhos das marés do rios. A forma como por cá se lida com o tempo é sem dúvida inspiradora.

Estas crianças brincam ao ar livre e vivem de e com a Natureza. Esta interação mostra que há ciclos de vida, estações do ano, que as coisas têm o seu tempo: de nascimento, crescimento ou desenvolvimento e por fim de morte.
A envolvência desta família tem com a natureza dá-lhes uma consciência maior de proteção, preservação e conservação. Afinal a Natureza, para eles é um recurso essencial.

Quando constatei que uma das preocupações do millenium continua a ser o ambiente e o aquecimento global. Que a maioria das respostas das crianças da Serra Leoa, Japão, Portugal, Colômbia e Brasil à pergunta “que conselhos darias aos adultos para serem mais felizes? Foi: CUIDAR DA NATUREZA!!” resolvi incluí-la no kit e perceber como é que os Portugueses vivem esta realidade.

Nos Estados Unidos um estudo que mostra que as crianças Americanas têm menos contacto com a natureza que os presos. Outro estudo, mostra que as crianças Portuguesas têm em média 63 minutos de contacto com o ar livre, puro.

As razões para isto revertem para as questões de insegurança, para os perigos da vida de bairro, das crianças andarem na rua. Já o impacto deste afastamento entre novas gerações e Mãe natureza é avassalador: Ao nível de sistema imunológico (carências de Vitaminas como Vit D) como o tipo de envolvimento e proteção que as crianças acabam por ter com uma entidade com a qual não interagem e desconhecem, a natureza.

Porque as futuras gerações merecem crescer saudáveis, física, sócio e emocionalmente, aqui ficam algumas dicas de como podemos promover a conexão com a natureza nos nossos filhos formando-os como agentes de mudança na resolução desta preocupação do milénio: a protecção ambiental.

1. Não olhar para a natureza como uma entidade única. Há pessoas que adoram pássaros, outras que preferem insectos. Descubra os interesses de cada um lá em casa. Faça um passeio com os seus filhos e veja o que os hipnotiza, se as flores, os insectos ou os tipos de texturas da madeira. Delicie-se com o facto de a natureza hipnotizar mais do que um jogo de Ps4.
2. Observe o céu em vários momentos do dia: Manhã, à tarde e à noite. Identifique as grandes diferenças e em família, façam um desenho onde todos colaboram.
3. Programa ideal para um final de dia ou Domingo: Passeio num parque com vegetação. Levem vendas e um a um façam o passeio dos sentidos. De olhos vendados o objetivo é usarem os sentidos para descobrirem o parque através dos cheiros, dos sons ou das sensações na pele.
4. Fazer um passeio numa floresta com a audição ativa. A missão? Descobrir o barulho da Água ou de uma fonte e beber com mão em “conchinha”.
5. Criar um ritual de início de estação: Celebrar o início de cada estação com um passeio no campo. Ao longo deste passeio a família é encorajada a viver, através dos seus sentidos (de olhos fechados, sentir os cheiros, os sons e as temperaturas de cada estação. Uma visita ao parque mais próximo de casa é ideal. Idealmente um parque com árvore, flores e outros elementos de natureza que não seja um parque de baloiços).
6. Fazer um passeio para apanhar folhas. Fazer um mostruário de folhas secas.
7. Fazer uma fogueira.

Bons momentos com a Mãe Natureza para esta semana![:]